Sinto que ser mulher é estar sempre a beira de pular de um precipício,
e esse precipício é a chance que damos a nós mesmas de nos adentrarmos.
Se pulamos ( e afortunadamente muitas vezes pulamos), plainamos suavemente, e numa intensa e ventosa queda vamos nos enxergando mais de dentro.
Nessa queda não há paradas intermediárias e vamos exatamente aonde teremos maior aprendizado.
Temos muitas opções de caminho.
Podemos voltar ao precipício que estavamos e tentar pular de novo ao mesmo vazio;
podemos buscar novos precipícios, mais profundos e obscuros.
A todo momento temos a escolha de voar ou ficar.
Ambas escolhas necessárias.
Podemos pular por muitos motivos.
As vezes também somos empurradas e empurramos.
É de grande importância estar presente em si nessa queda, para que nada se perca ou nos escape.
Meu coração alado se identifica com as que pulam respondendo a esse chamado de se profundizar.
Nesse momento somente invoco para mim e para todas, coragem, entrega, beleza e desfrute ao cair.
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