segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amante das Relações Profundas...


A Mulher-esqueleto

Ela havia feito alguma coisa que seu pai não aprovava, embora ninguém mais se lembrasse do que havia sido. Seu pai, no entanto, a havia arrastado até os penhascos, atirando-a ao mar. Lá, os peixes devoraram sua carne e arrancaram seus olhos. Enquanto jazia no fundo do mar, seu esqueleto rolou muitas vezes com as correntes.
Um dia um pescador veio pescar. Bem, na verdade, em outros tempos muitos costumavam vir a essa baía pescar. Esse pescador, porém, estava afastado da sua colônia e não sabia que os pescadores da região não trabalhavam ali sob a alegação de que a enseada era mal-assombrada.
O anzol do pescador foi descendo pela água abaixo e se prendeu — logo em quê! — nos ossos das costelas da Mulher-esqueleto.O pescador pensou: "Oba, agora peguei um grande de verdade! Agora peguei um mesmo!" Na sua imaginação, ele já via quantas pessoas esse peixe enorme iria alimentar, quanto tempo sua carne duraria, quanto tempo ele se veria livre da obrigação de pescar. E enquanto ele lutava com esse enorme peso na ponta do anzol, o mar se encapelou com uma espuma agitada, e o caiaque empinava e sacudia porque aquela que estava lá embaixo lutava para se soltar. E quanto mais ela lutava, tanto mais ela se enredava na linha. Não importa o que fizesse, ela estava sendo inexoravelmente arrastada para a superfície, puxada pelos ossos das próprias costelas.
O pescador havia se voltado para recolher a rede e, por isso, não viu a cabeça calva surgir acima das ondas; não viu os pequenos corais que brilhavam nas órbitas do crânio; não viu os crustáceos nos velhos dentes de marfim. Quando ele se voltou com a rede nas mãos, o esqueleto inteiro, no estado em que estava, já havia chegado à superfície e caía suspenso da extremidade do caiaque pelos dentes incisivos.
— Agh! — gritou o homem, e seu coração afundou até os joelhos, seus olhos se esconderam apavorados no fundo da cabeça e suas orelhas arderam num vermelho forte. — Agh! — berrou ele, soltando-a da proa com o remo e começando a remar loucamente na direção da terra. Sem perceber que ela estava emaranhada na sua linha, ele ficou ainda mais assustado pois ela parecia estar em pé, a persegui-lo o tempo todo até a praia. Não importava de que jeito ele desviasse o caiaque, ela continuava ali atrás. Sua respiração formava nuvens de vapor sobre a água, e seus braços se agitavam como se quisessem agarrá-lo para levá-lo para as profundezas.
— Aaagggggghhhh! — uivava ele, quando o caiaque encalhou na praia. De um salto ele estava fora da embarcação e saía correndo agarrado à vara de pescar. E o cadáver branco da Mulher-esqueleto, ainda preso à linha de pescar, vinha aos solavancos bem atrás dele. Ele correu pelas pedras, e ela o acompanhou. Ele atravessou a tundra gelada, e ela não se distanciou. Ele passou por cima da carne que havia deixado a secar, rachando-a em pedaços com as passadas dos seus mukluks.
O tempo todo ela continuou atrás dele, na verdade até pegou um pedaço do peixe congelado enquanto era arrastada. E logo começou a comer, porque há muito, muito tempo não se saciava. Finalmente, o homem chegou ao seu iglu, enfiou-se direto no túnel e, de quatro, engatinhou de qualquer jeito para dentro. Ofegante e soluçante, ele ficou ali deitado no escuro, com o coração parecendo um tambor, um tambor enorme. Afinal, estava seguro, ah, tão seguro, é, seguro, graças aos deuses, Raven, é, graças a Raven, é, e também à todo-generosa Sedna, em segurança, afinal.
Imaginem quando ele acendeu sua lamparina de óleo de baleia, ali estava ela — aquilo — jogada num monte no chão de neve, com um calcanhar sobre um ombro, um joelho preso nas costelas, um pé por cima do cotovelo. Mais tarde ele não saberia dizer o que realmente aconteceu. Talvez a luz tivesse suavizado suas feições; talvez fosse o fato de ele ser um homem solitário. Mas sua respiração ganhou um quê de delicadeza, bem devagar ele estendeu as mãos encardidas e, falando baixinho como a mãe fala com o filho, começou a soltá-la da linha de pescar.
— Oh, na, na, na. — Ele primeiro soltou os dedos dos pés, depois os tornozelos. — Oh, na, na, na. — Trabalhou sem parar noite adentro, até cobri-la de peles para aquecê-la, já que os ossos da Mulher-esqueleto eram iguaizinhos aos de um ser humano.
Ele procurou sua pederneira na bainha de couro e usou um pouco do próprio cabelo para acender mais um foguinho. Ficou olhando para ela de vez em quando enquanto passava óleo na preciosa madeira da sua vara de pescar e enrolava novamente sua linha de seda. E ela, no meio das peles, não pronunciava palavra — não tinha coragem — para que o caçador não a levasse lá para fora e a jogasse lá embaixo nas pedras, quebrando totalmente seus ossos.
O homem começou a sentir sono, enfiou-se nas peles de dormir e logo estava sonhando. Às vezes, quando os seres humanos dormem, acontece de uma lágrima escapar do olho de quem sonha. Nunca sabemos que tipo de sonho provoca isso, mas sabemos que ou é um sonho de tristeza ou de anseio. E foi isso o que aconteceu com o homem.
A Mulher-esqueleto viu o brilho da lágrima à luz do fogo, e de repente ela sentiu uma sede daquelas. Ela se aproximou do homem que dormia, rangendo e retinindo, e pôs a boca junto à lágrima. Aquela única lágrima foi como um rio, que ela bebeu, bebeu e bebeu até saciar sua sede de tantos anos. Enquanto estava deitada ao seu lado, ela estendeu a mão para dentro do homem que dormia e retirou seu coração, aquele tambor forte. Sentou-se e começou a batucar dos dois lados do coração: Bom, Bomm!... Bom, Bomm!
Enquanto marcava o ritmo, ela começou a cantar em voz alta.
— Carne, carne, carne! Carne, carne, carne! — E quanto mais cantava, mais seu corpo se revestia de carne. Ela cantou para ter cabelo, olhos saudáveis e mãos boas e gordas. Ela cantou para ter a divisão entre as pernas e seios compridos o suficiente para se enrolarem e dar calor, e todas as coisas de que as mulheres precisam.
Quando estava pronta, ela também cantou para despir o homem que dormia e se enfiou na cama com ele, a pele de um tocando a do outro. Ela devolveu o grande tambor, o coração, ao corpo dele, e foi assim que acordaram, abraçados um ao outro, enredados da noite juntos, agora de outro jeito, de um jeito bom e duradouro.
As pessoas que não conseguem se lembrar de como aconteceu sua primeira desgraça dizem que ela e o pescador foram embora e sempre foram bem alimentados pelas criaturas que ela conheceu na sua vida debaixo d'água.

As pessoas garantem que é verdade e que é só isso o que sabem.


(Retirado do livro "Mulheres que Correm com os Lobos" de Clarissa Pinkola Estes)

domingo, 10 de abril de 2011

Preparando nosso solo para a vinda da nova vida do planeta...



Vivência especial para futuras mães- As guardiãs da nova humanidade 30 de abril e 1º de maio de 2011 Instituto Arca Verde, São Francisco de Paula – RS

Um milagre está acontecendo, crescendo, pulsando entro de você! Momento ideal para voltar ao seio de nossa mãe maior: a Terra e fazer uma jornada para dentro de seu Sagrado Feminino, acompanhada de outras mulheres e mães!

Yoga para gestantes Meditações Arte, música e danças para celebrar a VIDA Vivências de preparação para o parto ativo e empoderado Maternidade consciente e conectada Alimentação saudável, vegetariana e vitalizante Atividades tranqüilas em contato com a natureza

Investimento 125 reais + 50 com acompanhante (ótima oportunidade para os futuros pais!). Inclui hospedagem em alojamento e alimentação especial para gestantes. *Chegada e acolhimento na tarde do dia 29/04 com sessão comentada do filme Orgasmic Birth após o jantar. Informações e inscrições www.arcaverde.org institutoarcaverde@gmail.com 54-99017745/ 99561056 www.maternagemnatural.blogspot.com

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Copinhos de Lua agora em Caxias!

Amadas flores do meu jardim!!!



Acabo de trazer de Sampa vários copinhos de lua da marca MissCup (produzida no Brasil, produto local e ecológico) para revender em Caxias.


Não posso deixar de relatar a minha experiência com o copinho de lua, que foi uma revolução de paradigmas e uma nova conexão com meu sangue sagrado! Eu já usava a 5 anos Abiosorventes (paninhos para a menstruação) como uma alternativa aos absorventes plásticos, que me desconectavam do meu ciclo e faziam eu ter aquela visão de "incomodo" menstrual (além de me deixarem preocupada pela produção de plásticos eternos, e pelo contato prejudicial com os químicos usados nesses produtos, com cheiros estranhos e parasitas energéticos). Usar paninhos e deixá-los de molho na água, utilizando essa água cheia de sangue sagrado para regar minhas plantinhas (que respondiam com uma vivacidade impressionante) foi um passo de grande conexão e serenidade interior. Passo esse que recomendo a todas irmãs de caminho.


Em 2009, quando morava no México, em uma vivência de mulheres conheci o MoonCup, copinho de Lua produzido na Inglaterra. Já tinha ouvido falar dele por uma grande amiga da Alemanha que já usava e recomendava muito.


Desde então uso também o copinho de Lua durante os dias e os Abios durante as noites (pois ainda gosto muito do ritual de deixar o sangue fluir e depois misturá-lo com água para regar minhas plantinhas que seguem felizes com esse ritual), mas ao usar o copinho de lua tive novas descobertas quanto a minha menstruação.


Ver meu sagrado sangue em sua forma pura e completa, sentir seu cheiro e ver sua radiante cor foi uma experiência mágica e única.


O copinho é super confortável, a gente quase nem lembra que está com ele, e é possível tirá-lo em qualquer lugar (eu particularmente gosto de pelo menos uma vez em cada ciclo, dependendo de onde estou, doar meu sangue diretamente a Terra, como faziam nossas ancestrais, cavando um buraquinho e colocando-o dentro Dela, enquanto a agradeço pela abundância e pelo acolhimento oferecido por Ela todos os dias, com sua grande fertilidade), mas se pode inclusive colocar em qualquer banheiro, na água mesmo.


É bom lavar ele antes de colocá-lo de novo, mas quando não é possível não há nenhum problema pois é nosso próprio sangue que está nele e se pode recolocá-lo direto mesmo. Antes e depois de usá-lo em cada ciclo é recomedado fervê-lo por alguns minutos.


O seu uso é de 10 anos (eu já vi um com 6 anos de uso, que continuava igual) e acreditem é maravilhoso usá-lo.


Eu recomendo a todas as mulheres guerreiras, bruxas, cheias de vida e vontade de estarem mais ligadas a energia de reconexão com nossa essência feminina, guardiãs e doadoras da vida nesse lindo planeta.


Para as interessadas estou revendendo o MissCup por R$ 75,00, e vocês podem me procurar no telefone 54 91187518 ou por e-mail terracristal@hotmail.com. Minha irmã Bruna também está revendendo em São Francisco de Paula e na Arca Verde.


Vocês encontram mais informações sobre o MissCup no site: http://www.misscup.com.br/


As desejo toda luz, amor e conexão na caminhada, e que a deusa que vive em cada uma de nós desperte refletindo a deusa que existe em tudo que vive e pulsa.