domingo, 30 de janeiro de 2011

O ciclo da Lua de volta a casa.

Depois de meses viajando, aprendendo, dançando. De voltar para a família e para os amigos. De banhos de mar, amor e um ano novo de muitas possibilidades, cheguei de volta a minha verde casa na Arca com uma menina Lua Crescente no céu.
Estar de volta a minha casa, com minha cara, meu cheiro e minhas escolhas foi algo intenso e surpreendentemente bom. Esperava mais estranhamento com o silencio, com as plantas, e com os animais noturnos e silvestres que vivem ao meu redor. Porém tudo esteve exatamente no ponto e me senti de volta aos braços da Terra. Cada nova erva que cresceu e floresceu ao meu redor me disse boas vindas e dormi o sono dos anjos depois de tanto tempo longe da minha cama. Dias depois no céu meu maior presente foi ela, a Avó Lua regente das minhas e das águas do mundo radiante em sua exuberante cara Cheia.
E com ela no céu e na água recebi a aconchegante visita de meus pais, e banhados por sua iluminação prateada compartilhamos de muitas trocas cheias de carinho e amor.

Enquanto estiveram aqui, meus pais nos ajudaram no cuidado com Mig, foi possível que fizéssemos um trabalho Sistêmico e de Constelações Familiares para grupos com o belo casal Kyra e Aurelio.
Esse trabalho também trouxe a visita cheia de chamego dos meus amados seres Fernanda e Pedro, irmãos de alma e coração. Foi um trabalho bem forte que possibilitou que nos enxergarmos mais profundamente com maior maturidade e perceber o grande espelho que somos, a responsabilidade que temos por construir nossa vida e nossa comunidade onde quer que ela esteja. Para mim também aumentou a certeza de que quero experimentar, aprender e transformar as relações entre as pessoas e nossa com nosso planeta .
Consegui ver de novo com clareza o estimulo que me levou e me leva a querer ser um ser humano mais inteiro, generoso e amoroso a cada dia, e deu nova lenha para minha crença em nossa espécie e no poder da natureza de se transformar. Para mim é uma bela forma de construirmos um ninho de luz para a gerações que estão por vir.

Nos dias que se seguiram a esse trabalho, estivemos as mulheres terra, eu Bruna e Linda, unidas gestando e parindo (orgásmicamente e sorrindo) mais uma “ Vivência do Feminino- Corpo e Movimento”, onde recebemos muitas deusas,mulheres, mães, irmãs, filhas e amigas.
Com elas dançamos nosso feminino, tão cíclico e intenso como as fases da lua, compartilhamos, aprendemos e nos fortalecemos. A noite ao redor da fogueira e ainda na companhia de nossa avó lua (que começava a abrigar o negro de minguar), estivemos batucando, rindo, cantando e dançando com nossos corpos e espiritos.
Esses encontros de almas tão preciosas, onde resgatamos algo tão primordial como nosso feminino, e ainda mais expressado pela dança, que para mim é o acesso direto a essência de tudo, me fazem perceber o quanto nossa rede cresce e soma cada vez mais amor, auto conhecimento e apoio mútuo.
Neles sinto as alegrias e os desafios que nos esperam e vejo que é realmente essa a forma com que quero trabalhar eles para minha cura e de tudo que é vivo e que busca transmutações.
Foi lindo estar com elas e ver que “temos as mesmas angústias e dúvidas em todas as partes do mundo” e isso nos aproxima como irmãs e nos faz ter noção do tamanho da escuridão e da luz que abrigamos todas nós.

Durante a semana que se seguiu fui ver minha doce irmã Tai com seus nove ciclos lunares no ventre gestando mais um guerreiro dessa nova Terra que semeamos. Ela estava tão linda e luminosa que foi impossível tirar as mãos de seu ventre, e em seus olhos a luz da nova vida era pura nutrição e amor. E por presente do acaso ao visitá-la também encontrei Elis e Anita, duas das mulheres mais lindas que conheço a quem amo com muito amor.
Também foi o momento de estar novamente com minhas duas irmãs,Rô e Bê, as três graças do Brasil juntas de novo, mulheres que de suas diferentes formas carregam a continuação de muitos seres e histórias e toda uma ancestralidade comum. Me vejo nelas e podermos estar juntas rindo e compartilhando a vida é sempre um motivo de ser feliz.

De volta a minha casinha vendo a Lua agora metade luz e metade sombra tive uma semana de intensas provações pessoais, processos selvagens e intensos, combinados a abraços carinhosos de mamãe Oxum em nosso açude e de trabalho com a Terra, tirando inços, fazendo comida, carregando palha, limpando minha casa e meu ser, e estando com Miguel, meu pequeno guerreiro que tanto me ensina com seus tropeços, quedas, sorrisos, choros, entrega total e que com grande humildade (outro ensinamento inclusive) aprende tudo o que de coração lhe ensino.
Ele é o pote de ouro que me recorda do belo da vida, mesmo quando o furacão do processo me faz por minutos esquecer. Sorri com seus lindos olhos quando vem correndo se aconchegar nos meus braços. Agradeço a vida por ter braços longos o suficiente para acolhê-lo e protegê-lo sempre que puder.
Com ele e com minha irmã tormenta, mulher de muita luz e força que conhece minha maior luz e também minha maior sombra e ainda assim me ama e a quem amo em todas suas faces, e com toda demais família aqui presente (os moradores, Lê, James e Linda, os voluntários coração Talita, Francesco e Brazuna e as sábias e belas mulheres Renate e Petra) vimos os dias nascerem e morrerem com incomensurável beleza, aquarelas de cores e orquestras de sons de pássaros, de sapos, de violões, tambores e vozes.





E nesse ultimo final de semana um novo presente da vida, acompanhado da Lua Nova e da minha Lua interna veio em forma de cestaria. Tecendo cordões, fazendo decorações e cestos de diversos tramados fui aprendendo a me tecer. Para mim foi um processo de auto poiese aprender sobre a flexível e firme trama das cestas. O velho fio que dá lugar ao novo, as interações dos que ficam com os que passam e vice versa. Com a especial professora Petra, que como mulher de grande luz e presença por si só já inspira e ensina, fui tecendo e internamente organizando historias, vivencias, trabalhos, amores, família, amigas e amigos, próximos passos, limites e caminhos.

E assim se completou o ciclo da lua que agora na escuridão do desconhecido se prepara para começar a renascer nos próximos dias.
Eu como ela me preparo para novos desafios e aprendizados, consciente, completa e entregue.
Compartilho desse ciclo, sabendo que ele é conectado com tantos outros, de toda a gente que habita no meu ser. E afortunadamente é muita gente.
Dessa forma vejo que nessa teia da vida estaremos sempre relacionados e juntos e que aos poucos poderemos tecer fios de conexão com todos os seres do mundo.
Quero que saibam minhas irmãs e meus amigos, que no meu coração reservo todo o tempo e o carinho para acompanhar e vibrar com todo o novo passo que for dado por vocês, e que cada nova volta da lua nos trará novos encontros, surpresas e uma saudade cheia de vida de sentir.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A intensa e selvagem Violeta Parra

"Volver a sentir profundo como un niño frente a Dios
Eso es lo que siento yo en este instante fecundo..."


Palavras que vibram com meu coração
uma fértil conexão
onde somos uma
selvagens
mulheres
livres
paradoxais
e intensas

Um grande viva as mulheres que cantam, berram, uivam, sussuram
riem e choram
Seus seres reluzem e refletem a pura beleza da natureza
O fato de existirem torna a Terra mais inspirada, alegre, viva e forte.


AUUUU!!!!!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dançando o Feminino na Arca


Vivências do Feminino

Corpo e Movimento

22 E 23 DE JANEIRO DE 2011*
Instituto Arca Verde – São Francisco de Paula – RS

Aprender a dançar a vida é fundamental para as mulheres que se vêem perdidas nos tantos papéis que exercem no dia-a-dia. Pelo movimento nos conectamos com a nossa essência de deusas e homenageamos o Sagrado presente em cada uma. Com os pés na terra e os braços erguidos ao céu, damos as mãos e alçamos juntas esse vôo de ritmo e contato, revivendo as antigas tradições! A Terra chama por suas filhas, vamos cirandar juntas!
*chegada no dia 21 a tarde e noite, com jantar incluído

Sábado 22/01
- Desjejum
- Abertura (Ritual do Movimento)
- Danças Circulares I
- Almoço
- Vivência dos 5 ritmos
- Oficina de dança afro
- Jantar
- Celebração dançante
Domingo 23/01
- Meditação dinâmica
- Desjejum
- Vivência em dança somática
- Danças Circulares II
- Almoço
- Tarde livre opcional (banho de lago, trilha ecológica)
Contribuição Sugerida
R$ 95 em camping ou R$115 em alojamento.
Inclui alimentação vegetariana saudável e hospedagem.
Informações e inscrições: