sábado, 27 de novembro de 2010

El amor es bailar


A música suavemente movimentava meus pensamentos
Tranquilamente fui deixando que ela descesse ao meu coração
De aí aos meus pés foram somente minutos.
Os braços entrelaçados hora conduziam, hora deixavam-se guiar, e nisso criamos um arco de aconchegante abraço
Um ritmo amoroso (como deve ser a vida) se criou, e ondulosamente nos balançamos alguns palmos acima da terra.
A dança foi nos levando até a imensidão do céu e, concomitantemente às profundas raízes de nós mesmos e de toda teia viva Terra.
Assim permanecemos, num movimento sem tempo e espaço, somente de presença e respiração.
Agora, tenho a poética alegria de saber que em algum lugar do espaço estaremos nessa mesma sensação de totalidade e alegria
Além de, eternamente dançando...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Na beira do precipício


Sinto que ser mulher é estar sempre a beira de pular de um precipício,

e esse precipício é a chance que damos a nós mesmas de nos adentrarmos.

Se pulamos ( e afortunadamente muitas vezes pulamos), plainamos suavemente, e numa intensa e ventosa queda vamos nos enxergando mais de dentro.

Nessa queda não há paradas intermediárias e vamos exatamente aonde teremos maior aprendizado.

Temos muitas opções de caminho.

Podemos voltar ao precipício que estavamos e tentar pular de novo ao mesmo vazio;

podemos buscar novos precipícios, mais profundos e obscuros.

A todo momento temos a escolha de voar ou ficar.

Ambas escolhas necessárias.

Podemos pular por muitos motivos.

As vezes também somos empurradas e empurramos.

É de grande importância estar presente em si nessa queda, para que nada se perca ou nos escape.

Meu coração alado se identifica com as que pulam respondendo a esse chamado de se profundizar.

Nesse momento somente invoco para mim e para todas, coragem, entrega, beleza e desfrute ao cair.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Navegar é preciso, viver não é preciso...


Sábio ditado português, que inspirou Pessoa e tantos outros transbordantes de poesia, e faz um trocadilho com a precisão e a necessidade de fluir.
Nós mulheres e homens, somos pequenos barcos com olhos que abrangem imensidões.
Nesse presente vejo a beleza ondulosa de Gaia, vejo a profundidade de nossos humanos sonhos e sinto com todo o meu corpo (e com o dela), a unicidade desse encontro.
Me sinto uma colorida "petaludha", que voa livremente, beija carinhosamente flores e ama com a extensão do ar.