Buscando a prática da ecologia profunda, nos propusemos em nossa ultima vivência a entrar em contato com algum ser não humano e escutá-lo
Sentei nos braços de uma ancestral árvore, crente que o primeiro ser a me chamar seria, ou os pássaros, que toda manhã me acordam para conversar, ou as folhas que nascem morrem e se doam para virar terra,ou ainda a própria árvore que me acolheu como uma mãe acolhe um filho em seu ventre.
Mas não.
No silêncio do meu coração quem me chamou para conversar foi o vento.
Ele me disse ser muito feliz em sua função de espalhar sementes e vida, de ser o mensageiro de canções e corações.
Também me disse estar triste por, contra sua vontade, estar espalhando agrotóxicos e toxinas, venenos contra a vida.
O escutei e senti e, do fundo do meu ser, lhe prometi colocar em suas mãos apenas bons cheiros, boas sementes, boas substâncias, boas palavras e pensamentos.
Em troca ele me concedeu o dom de também ser vento, de semear em pessoas e em solos o melhor que há em mim e no universo.
Ao regressar ao círculo compartilhei com os demais seres humanos a mensagem do qual fui canal.
Outros seres não humanos também se manifestaram no círculo através de outras pessoas.
A amoreira disse estar feliz em doar seus frutos e triste pelas outras árvores frutíferas, que são exploradas e encarceiradas para que se doem ininterruptamente.
A pedra disse estar feliz por sentir-se pedra em contato com alguém.
Que deste contato eramos feitos, onde significando-a também se significava a pessoa que nela sentara.
E assim seguimos partilhando, cada um a sua mensagem ao que fomos percebemos que nessa teia em que vivemos só fazemos sentido juntos.
Neste momento entendemos que a todo instante estamos recebendo essas mensagens dos seres não humanos, mostrando-nos o quanto bons humanos podemos ser, e qual nossa missão dentro dessa mágica existência.
Ao fim deste processo com lágrimas nos olhos senti que de mim escorria parte do lago e que em meu coração e em meus olhos brilhava a luz de nosso sol..
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